Bulgária investiga se uma empresa búlgara vendeu pagers explosivos ao Hezbollah

Um dos pagers que explodiram em 17 de outubro no Líbano Foto: Mehr News Agency CC BY 4.0 via Wikimedia Commons

O governo búlgaro está a investigar se uma empresa sediada em Sófia participou na venda ao grupo terrorista Hezbollah xiita dos pagers explosivos que na terça-feira causaram a morte de pelo menos doze pessoas e 2.750 feridos, segundo indicou esta quinta-feira o serviço de contra-espionagem do país balcânico.

A DANS, a agência de segurança nacional búlgara, garantiu num comunicado que o Imposto e o Ministério do Interior estão a investigar o envolvimento da empresa no fornecimento de equipamento ao Hezbollah.

No entanto, esta organização nega que os dispositivos tenham estado em território búlgaro e afirma que “não foram realizadas quaisquer operações aduaneiras com as mercadorias em causa”, em resposta a informações publicadas no portal de informação húngaro Telex.

Este meio publicou que a Norta Global Ltd., empresa com sede em Sófia, capital búlgara, foi quem importou os pagers (Viper) de Taiwan.

Esta informação complica ainda mais a cadeia de detecção da origem dos dispositivos utilizados pelo Hezbollah, considerado terrorista pela União Europeia.

A empresa taiwanesa Gold Apollo, que distribui estes equipamentos, garantiu que os modelos que explodiram foram concebidos e fabricados sob licença da BAC, empresa húngara.

O Governo húngaro afirmou ontem que esta empresa atua apenas como intermediária comercial e não possui centros de produção na Hungria, pelo que os dispositivos nunca estiveram no país.

A Telex cita hoje “fontes envolvidas no caso” para afirmar que embora a empresa húngara tenha assinado um contrato com a empresa taiwanesa, na verdade foi a Norta Global Ltd.

A Norta Global Ltd. está envolvida em “serviços de consultoria de gestão” de acordo com informações que aparecem nas páginas de registro da empresa.

Nas explosões de terça-feira, pelo menos doze pessoas morreram e outras 2.750 ficaram feridas, segundo dados oficiais. Várias fontes estrangeiras atribuem a Israel a responsabilidade por estes ataques.

Os meios de comunicação húngaros citam hoje declarações ao jornal americano New York Times de três especialistas da inteligência israelita que asseguram que os preparativos para esta operação começaram há anos e que foram criadas várias empresas de fachada e que a BAC, fundada em 2022, poderá ser uma delas. EFE e Aurora

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